O Vício e o Cérebro: Entendendo as Transformações Neurológicas

META DESCRIÇÃO: Descubra como o vício afeta o cérebro, explorando as mudanças neurológicas e comportamentais que ocorrem durante a dependência. Entenda o papel dos neurotransmissores, o circuito de recompensa e as implicações para a saúde mental. 

 Por: Dáleth Hanna.

Em algum momento, você já se perguntou sobre, como funciona o ciclo de dependência química? Como esse círculo vicioso se inicia e por que um usuário de drogas não consegue parar de fazer o uso compulsivo do produto? É exatamente sobre isso que veremos no artigo de hoje. 

Primeiramente compreenda que é considerado droga toda e qualquer substância química que tem a capacidade de alterar o Sistema Nervoso Central, ou seja, substâncias químicas como medicação com prescrição médica, álcool, maconha, cocaína, crack, MDMA, ecstasy, cogumelos alucinógenos, anfetamina, metanfetamina e dentre outras substâncias químicas. 

O que acontece com o cérebro segundos após o uso da droga?

 

Dentre alguns minutos após o primeiro uso, a substância passará a circular em todo o organismo, até chegar ao Sistema Nervoso Central, produzindo excessivamente a dopamina no cérebro. Se você não sabe, a dopamina é um neurotransmissor responsável por produzir sentimentos de alegria, euforia, prazer e bem-estar. Tais sentimentos são naturalmente produzidos quando comemos alguma comida, quando escutamos alguma música, quando temos uma boa noite de sono e dentre outras atividades.

 

Ao consumir a droga, esse neurotransmissor é produzido de forma excessiva. Com o tempo, o Sistema Límbico do usuário de drogas está totalmente alterado, interferindo em sua vida profissional, social e familiar. Para que você entenda da melhor forma possível, vamos comparar a droga como um remédio. A longo prazo, a falta provoca efeitos colaterais.

 

O excesso do produto faz com que o Sistema de Recompensa do adicto se torne alto, e para provocar os mesmos efeitos, acaba fazendo doses cada vez maiores. Você consegue compreender como funciona esse círculo vicioso? Não há quem consiga resistir aos efeitos devastadores da constância no uso de drogas. Independente de ser droga ilícita ou até mesmo lícita, todos provocam a mesma alteração no cérebro. 

 

Como funciona o ciclo da dependência química?

 

  • Uso experimental: Uso experimental para sentir os efeitos do produto. 

 

  •  Frequência: Começa a usar em festas e datas comemorativas.

 

  • Constância: Usa frequentemente aos finais de semana. 

 

  • Fissura: Desejo intenso pela droga, como se fosse um remédio. 

 

  • Compulsão: Uso descontrolado da droga, provocando consequências para si e para quem está à sua volta.

 

  • Dependência crônica: Vida descontrolada, comete ações impulsivas e inconsequentes em torno do vício. 

 

Quando é necessário procurar ajuda?

 

  1. O usuário de drogas usa a substância quantas vezes na semana?
  2. Geralmente, o adicto consome sozinho?
  3. Já fez o uso do produto no período da manhã?
  4. Já tentou parar de usar o produto, mas não conseguiu, pois sentia um forte desejo?
  5. Em algum momento, já sentiu que precisou dobrar a dose para conseguir sentir os mesmos efeitos que no início?
  6. A substância já provocou problemas em sua vida profissional, conjugal e familiar?
  7. O indivíduo não se importa mais com a sua saúde física, mental, higiênica e até estética? 
  8. O usuário já se distanciou de amigos, parentes e familiares por conta do vício? 
  9. Em algum momento, o indivíduo sentiu tremores, fortes dores de cabeça, náuseas ou algo semelhante? 
  10. Usa o produto como forma de aliviar traumas, estresse e tristeza? 
  11. Sente que desenvolveu problemas mentais em decorrência do vício? 
  12. Sua vida financeira está totalmente alterada por conta do uso de drogas?
  13. Já faltou o emprego, escola e dentre outros compromissos importantes por conta do uso?
  14. O indivíduo gasta muito tempo obtendo, usando ou se recuperando do uso do produto?
  15. Continua usando a substância mesmo sabendo que sofre com transtorno de ansiedade e até depressão?
  16. Já teve problemas no trânsito por conta da droga?
  17. Enfrentou problemas legais em decorrência do vício?
  18. O usuário de drogas frequentemente diz mentiras e inventa desculpas para usufruir da substância? 
  19. O adicto sente que precisa da droga para controlar o estresse?
  20. Ou se torna totalmente agressiva em decorrer ao uso? 
  21. O usuário de drogas sempre fica justificando o consumo no produto?
  22. Ele fica irritado quando recebe conselhos e orientações? 
  23. O adicto já abandonou atividades que antes amava fazer? 

 

Observação: Responda às perguntas com sinceridade. Além disso, saiba que é importante o diagnóstico de um especialista da área da saúde. Essas perguntas apenas te ajudaram a pensar em alternativas para colocar um fim nesta situação. 

 

Como o vício afeta o cérebro?

O vício afeta o cérebro de várias maneiras, causando alterações significativas nas suas estruturas e funções. Aqui estão alguns dos principais aspectos de como isso ocorre:

 

  • Circuito de Recompensa: O vício ativa o sistema de recompensa do cérebro, aumentando a liberação de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer e à satisfação. Isso ocorre principalmente em áreas como o núcleo accumbens. Com o tempo, o cérebro começa a associar a substância ou comportamento viciante a sentimentos de prazer intensos.

 

  • Plasticidade Neural: A exposição repetida a substâncias viciantes ou comportamentos compulsivos pode levar à plasticidade neural, onde o cérebro se adapta estruturalmente e funcionalmente. Essas mudanças podem reforçar os padrões de comportamento viciante, tornando mais difícil para o indivíduo resistir aos impulsos.

 

  • Controle Inibitório e Córtex Pré-Frontal: O vício pode enfraquecer o córtex pré-frontal, a área do cérebro responsável pelo controle inibitório, tomada de decisões e autocontrole. Isso dificulta a capacidade do indivíduo de resistir a impulsos e tomar decisões racionais, perpetuando o ciclo de dependência.

 

  • Sistema Límbico: Partes do sistema límbico, como a amígdala, que estão envolvidas nas emoções e na formação de memórias, também são afetadas pelo vício. Isso pode levar a uma maior reatividade emocional e a uma maior formação de memórias associadas ao uso da substância ou comportamento viciante.

 

  • Tolerância e Dependência: Com o uso contínuo de substâncias viciantes, o cérebro desenvolve tolerância, necessitando de doses cada vez maiores para alcançar o mesmo efeito. Além disso, a dependência física pode se desenvolver, onde o corpo se adapta à presença da substância e sofre sintomas de abstinência quando ela não está disponível.

 

  • Neurotransmissores: Além da dopamina, outros neurotransmissores como o glutamato, GABA, e serotonina também são afetados pelo vício, alterando a comunicação entre os neurônios e contribuindo para mudanças no humor, percepção e comportamento.

 

Essas alterações neurológicas não apenas perpetuam o ciclo do vício, mas também têm impactos duradouros na saúde mental e no bem-estar geral do indivíduo. A compreensão dessas mudanças é crucial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de tratamento e recuperação.

 

Ajudando uma mente usuário de drogas

Não procurar ajuda contra a dependência química significa colocar a vida do usuário de drogas em perigo. Por mais que o adicto não tenha pensado antes de usufruir da substância, o familiar deve ser essa fonte de apoio para quem precisa. 

Lamentavelmente, a pessoa que está passando pelo estado de dependência comete ações impulsivas e inconsequentes, vive em estado de negação, perde o controle de sua ações e para casos ainda mais graves, comete furtos, roubos e assassinato, colocando em perigo a sua vida e a vida de pessoas que estejam a sua volta. 

Para tratar a dependência é preciso muito mais do que apenas uma desintoxicação do corpo, é necessário tratar a saúde mental do paciente internado. Desse modo, é fundamental que a clínica de recuperação realize terapias comportamentais individuais e em grupos, terapia racional emotiva, terapia cognitiva comportamental, palestras, os 12 passos para evitar recaídas e participação em grupos de apoio. 

A dependência química é uma doença crônica, progressiva e sem cura. Por mais que não tenha cura, é possível viver uma vida sem nenhuma correlação ao uso de drogas. Mas para isso acontecer, é necessário dar o primeiro passo. O Grupo Flor de Liz  pôde ajudar milhares de pessoas a saírem desse círculo vicioso, a instituição também pode te ajudar.

Deixe um comentário

Open chat
Estamos online
Olá 👋
Podemos te ajudar?